Transtorno Bipolar: sintomas, causas e tratamento psicológico

Psicólogo em Londrina Dr. Henrique Oliveira, contato e atendimento no centro de Londrina
Psicólogo Henrique Oliveira
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O que é o transtorno bipolar

O transtorno bipolar é uma condição de saúde mental caracterizada por mudanças intensas de humor, energia e comportamento. Essas mudanças vão muito além das variações normais que todos nós vivemos no dia a dia, envolvem períodos em que a pessoa se sente muito animada, acelerada ou irritada (fase maníaca), e outros em que se sente triste, sem energia e desmotivada (fase depressiva).

De acordo com Paulo Dalgalarrondo (2019), essas oscilações interferem significativamente na vida do indivíduo, afetando o trabalho, as relações e até a forma de perceber a si mesmo. É como se o “termômetro emocional” perdesse a capacidade de se autorregular.

As mudanças na bipolaridade tipo 1 e tipo 2

Os Dois tipos e suas diferenças Bipolaridade Tipo I e Tipo II

O transtorno bipolar é dividido em dois principais tipos:

  • Bipolaridade Tipo I: ocorre quando a pessoa apresenta pelo menos um episódio de mania, com elevação intensa do humor, aumento de energia, impulsividade e, às vezes, sintomas psicóticos. As fases depressivas também podem acontecer, mas não são obrigatórias para o diagnóstico.

  • Bipolaridade Tipo II: envolve episódios de hipomania (uma forma mais leve de elevação do humor, sem psicose ou necessidade de internação) e episódios de depressão maior. Aqui, a depressão é mais frequente e marcante, enquanto os períodos de euforia costumam passar despercebidos pelo próprio paciente.

Em resumo, o tipo I se caracteriza por manias mais intensas, e o tipo II, por depressões mais recorrentes associadas a elevações leves do humor.

Como se manifesta

Durante a fase maníaca ou hipomaníaca, a pessoa pode:

  • Ter muita energia e pouca necessidade de sono;

  • Falar muito e ter pensamentos acelerados;

  • Sentir-se confiante demais, com ideias grandiosas;

  • Tomar decisões impulsivas (como gastos excessivos ou comportamentos de risco).

Na fase depressiva, o quadro se inverte:

  • Surge a tristeza profunda e o desânimo;

  • Há perda de prazer em atividades antes agradáveis;

  • Dificuldade de concentração e sensação de culpa;

  • Pensamentos de inutilidade ou morte podem aparecer.

Essas fases podem durar dias, semanas ou meses, e entre elas a pessoa pode se sentir estável — o que muitas vezes causa confusão, levando familiares a pensarem que “o problema passou”.

Sintomas da Mania

Sintomas da manina na bipolaridade

Sintomas da Depressão

Sintomas da depressão na bipolaridade

O fator multifatorial da Bipolaridade

As causas do transtorno bipolar são multifatoriais, ou seja, envolvem aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Pesquisas mostram que há influência genética e alterações na regulação dos neurotransmissores do cérebro.
Mas, como lembra Gabbard (2016), também existem fatores emocionais e relacionais importantes — como experiências de perda, rejeição, ou dificuldades em lidar com os próprios afetos.

Muitos pacientes apresentam, em sua história, relações familiares marcadas por insegurança afetiva ou medo da rejeição. A teoria do apego de John Bowlby (1989) explica que quando a base emocional na infância é instável, o adulto pode desenvolver maior vulnerabilidade às oscilações emocionais, alternando entre períodos de euforia e retraimento.

oscilação do transtorno bipolar

Um olhar psicológico sobre o bipolar

Na visão psicodinâmica, o transtorno bipolar pode ser entendido como uma luta interna entre extremos emocionais. Durante a euforia, a pessoa tenta afastar a dor e o medo da perda, é como se dissesse inconscientemente: “estou bem demais para sofrer”. Já na depressão, todo esse afeto retorna com força, e o indivíduo sente-se vazio, culpado ou sem sentido.

O filósofo e psicólogo Paulo Meneses, no livro Afetividade e Vontade, explica que nossa vida psíquica depende do equilíbrio entre o sentir (afetividade) e o agir (vontade). Quando esse equilíbrio se rompe, a pessoa pode oscilar entre impulsividade e paralisia — o que se vê claramente nas fases do transtorno bipolar.

Tratamento e possibilidades de melhora do Transtorno Bipolar

O tratamento do transtorno bipolar envolve geralmente uma combinação de medicamentos e psicoterapia. Os estabilizadores de humor ajudam a controlar as oscilações, enquanto a psicoterapia permite que o paciente compreenda seus gatilhos emocionais e aprenda a reconhecer os sinais precoces de cada fase.

A psicoterapia psicodinâmica tem se mostrado muito útil nesse processo, pois ajuda a pessoa a compreender o significado emocional por trás das mudanças de humor, fortalecendo o autoconhecimento e a capacidade de lidar com as próprias emoções.

Além disso, o vínculo com o terapeuta funciona como uma “base segura”, conceito trazido por Bowlby, que permite que o paciente explore suas emoções com menos medo e mais confiança.

A psicoeducação que envolve também familiares e parceiros é fundamental para compreender que o transtorno bipolar tem tratamento e que, com o acompanhamento adequado, é possível levar uma vida equilibrada e satisfatória.

Quando procurar ajuda

Nem sempre é fácil perceber que o que está acontecendo é um transtorno bipolar. Muitas pessoas procuram ajuda apenas em fases depressivas ou depois de comportamentos impulsivos nas fases de euforia.
Se você ou alguém próximo tem apresentado mudanças intensas de humor, períodos de muita energia alternados com cansaço e tristeza profunda, vale procurar um psicólogo ou psiquiatra para uma avaliação.

O diagnóstico é clínico, feito a partir da entrevista psicológica e psiquiátrica (como a SCID-5 do DSM-5), que ajuda a diferenciar o transtorno bipolar de outros quadros, como depressão unipolar ou TDAH.

Conclusão

O transtorno bipolar é uma condição que exige cuidado e compreensão — não apenas medicamentos. Envolve história, afetos, vínculos e sentidos de vida.
Com tratamento psicológico e psiquiátrico adequados, é possível retomar o equilíbrio emocional e reconstruir relações mais estáveis e significativas.

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Se você busca atendimento psicológico em Londrina para compreender melhor as oscilações emocionais ou iniciar um acompanhamento terapêutico, entre em contato. O primeiro passo é reconhecer que pedir ajuda é um sinal de força, não de fraqueza.

Fontes e referências

  • Dalgalarrondo, P. (2019). Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Artmed.

  • Gabbard, G. O. (2016). Psiquiatria Psicodinâmica na Prática Clínica. Artmed.

  • Bowlby, J. (1989). Uma Base Segura – Aplicações Clínicas da Teoria do Apego. Artes Médicas.

  • Meneses, P. (s/d). Afetividade e Vontade. Paulus.

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Perguntas Frequentes – Transtorno Bipolar

Entenda sintomas, diferenças, diagnóstico e tratamento. Conteúdo educativo, não substitui avaliação profissional.

1. O que é o Transtorno Bipolar?

É uma condição de saúde mental marcada por oscilações intensas de humor entre mania/hipomania (humor elevado) e depressão (humor rebaixado), afetando energia, sono e decisões.

2. Quais são os sintomas do Transtorno Bipolar?

Na fase maníaca/hipomaníaca: euforia, agitação, pouca necessidade de sono, impulsividade. Na fase depressiva: tristeza profunda, desânimo, perda de interesse, alterações de sono e apetite.

3. Qual a diferença entre bipolaridade e depressão?

A depressão apresenta apenas episódios depressivos. A bipolaridade alterna depressão e períodos de humor elevado (mania/hipomania).

4. Transtorno Bipolar tem cura?

Não há cura definitiva, mas há tratamento eficaz. Estabilizadores de humor e psicoterapia ajudam a reduzir crises e manter o equilíbrio emocional.

5. Como é feito o diagnóstico?

É clínico, por psiquiatra (e suporte psicológico), com entrevistas, histórico e observação dos episódios. Testes psicológicos podem complementar o processo.

6. O Transtorno Bipolar é hereditário?

Existe predisposição genética, mas fatores psicológicos e ambientais também influenciam o surgimento e a evolução do quadro.

7. Quais são os tipos de Transtorno Bipolar?

Tipo I: episódios maníacos intensos (com ou sem depressão). Tipo II: hipomania (mais leve) + depressão. Ciclotimia: oscilações mais suaves e persistentes.

8. Como é o tratamento da bipolaridade?

Combina acompanhamento psiquiátrico (medicação), psicoterapia, rotina de sono, redução de estressores e educação em saúde para reconhecer sinais de recaída.

9. Como ajudar alguém com Transtorno Bipolar?

Ofereça escuta sem julgamento, incentive o tratamento, respeite os limites e ajude a manter rotina estável. Em crises, busque suporte profissional.

10. Psicoterapia ajuda no Transtorno Bipolar?

Sim. A psicoterapia auxilia a reconhecer gatilhos, lidar com recaídas, aprimorar habilidades de regulação emocional e melhorar adesão ao tratamento.