O sujeito na Borda
Podemos explicar o sujeito Borderline, como aquele em que os seus afetos são vividos sempre na BORDA, a linha tênue entre o BOM é o RUIM, o AMOR e o ÓDIO, em uma estrutura psicológica não borderline, os afetos são vividos de forma multidimensional, o OUTRO é vivido de variadas impressões que projetam e protegem o desejo de destruir esse OUTRO, o Borderline, vive o afeto de forma diferente, unipolar, e sempre polarizado, nele existe apenas o sentimento de AMOR verdadeiro, ou Ódio Puro, desse modo ele pode Amar e logo depois odiar a mesma pessoa, essa forma de viver o afeto é a causa das principais dificuldades em se relacionar, quanto mais intimo, mais difícil é mantar o lado positivo do outro.
´´O medo do Abandono do Objeto Amado é insuportável para o Borderline, em sua visão unidirecional, só é possível ser Amado se ele parece perfeito para aquele que ele AMA, Se não é digno desse amor, logo ele se sente como aquele que não pode ser Amado``
Dessa forma, qualquer possível traço de insatisfação para outro, é suficiente para o Borderline se sentir a pior pessoa do mundo, o sofrimento é intenso e real, e dessa forma só lhe resta responder se defender do destino cruel do abandono afetivo, as ferramentas são muitas, mas as formas de tentar ´´controlar o amor do outro“ coexistem em dois modelos, o primeiro agindo de forma passiva, copiando a persona do ser amado, trejeitos, gostos, musicais, crenças, esse modelo acaba tendo como resultado o silenciamento da própria personalidade, com passar do tempo, ele e os familiares, só percebem a camada exterior, moldada para satisfazer e sustentar a sobrevivência do afeto, um outro modelo, sem o contexto, age de forma agressiva e desesperada em busca de manter o outro sobre o seu controle, nesse caso perder de vista o outro é insuportável, as tentativas de controle podem ser variadas, quase sempre agressivas, como emoção motriz é o medo, diferente de um Narcisista, aqui o objetivo é manter a sobrevivência dele próprio, sendo impossível imaginar viver sem estar vivendo esse AMOR VERDADEIRO.
Sintomas emocionais comuns no Transtorno Borderline
Quem tem estrutura borderline costuma viver com a sensação de estar sempre “no limite” — entre o amor e o ódio, entre o desejo de proximidade e o medo de ser rejeitado.
Alguns sinais típicos:
- Muda de humor com facilidade
- Sente as emoções “à flor da pele”
- Ama intensamente, mas também se decepciona com a mesma intensidade
- Tem medo de ser abandonado(a), mesmo sem sinais disso
- Pode agir de forma impulsiva (discussões, gastos, alimentação, uso de substâncias)
O que é estrutura borderline? Uma explicação simples sobre um jeito de funcionar emocionalmente
Um mundo interno instável
Pessoas com essa estrutura vivem uma montanha-russa emocional. Elas podem amar muito alguém num momento e, logo depois, sentir raiva intensa dessa mesma pessoa. Isso acontece porque elas têm dificuldade em manter uma imagem estável de si mesmas e dos outros.
Por exemplo:
- Uma amiga pode ser “a melhor do mundo” de manhã, e “a pior traidora” à noite, após uma pequena frustração.
- A pessoa pode sentir que é incrível num dia e completamente inútil no outro.
Essa instabilidade não é “frescura” nem “manipulação” — é um reflexo de uma mente que foi marcada por relacionamentos inseguros ou traumas emocionais no início da vida.
Na maioria das vezes as Defesas emocionais são rígidas
Para lidar com essa instabilidade, a mente usa defesas emocionais. Uma das principais é a cisão (ou “tudo ou nada”). É como se a pessoa dividisse o mundo em “bons” e “maus”, sem meio-termo.
Isso aparece assim:
- Ou eu sou amado, ou sou rejeitado.
- Ou sou perfeito, ou sou um fracasso total.
Essa forma de ver o mundo é uma tentativa da mente de se proteger da dor — especialmente da dor do abandono.
Realidade é presente, mas distorcida
Diferente de alguém com psicose (que perde o contato com a realidade), a pessoa com estrutura borderline não perde a noção do real, mas pode distorcer sentimentos, intenções e acontecimentos, especialmente quando está emocionalmente sobrecarregada.
Um exemplo comum:
Após não receber uma resposta no WhatsApp, pode acreditar que está sendo ignorada de propósito e sentir-se totalmente rejeitada.
Relacionamentos intensos e difíceis
Devido à forma como essa estrutura se forma, geralmente ainda na infância, o que marca a vida adulta são relações intensas, carregadas de medo do abandono, ciúme, raiva e, ao mesmo tempo, desejo profundo de conexão.
Isso leva a ciclos de:
Idealização → decepção → raiva → culpa → novo apego → e assim por diante.
Moral e identidade enfraquecidas
Pessoas com essa estrutura podem ter dificuldade em:
- Se ver com clareza (quem sou? o que quero?)
- Estabelecer limites (com os outros e consigo mesmas)Controlar impulsos (comportamentos autodestrutivos podem aparecer)
É possível viver com mais equilíbrio
Se você se identificou com esse texto — ou conhece alguém que se identifica — saiba que há esperança. Ter estrutura borderline não significa estar condenado a sofrer para sempre. Com o suporte certo, é possível:
- Desenvolver relações mais saudáveis
- Controlar melhor as emoções
- Construir uma imagem mais estável e positiva de si mesmo
Como a psicoterapia psicodinâmica pode ajudar?
A psicoterapia psicodinâmica é uma abordagem que busca entender:
- Como os padrões de relacionamento foram formados
- Como a pessoa vê a si mesma e os outros
- Como usar o vínculo com o terapeuta para curar feridas emocionais antigas